FALA ASSOCIADO: Jaqueline Zubelli – Impermeabilizações Bleza

A construção civil vive um momento de transformação, marcado por avanços em design, busca por otimização de processos e, principalmente, pela constante pressão na redução de custos. Nesse cenário, surgem dilemas importantes: como manter a qualidade e a durabilidade das estruturas sem comprometer a boa técnica? Como conciliar inovação e viabilidade? E, ainda, como atrair e valorizar a mão de obra qualificada em um setor que sempre foi um dos principais formadores de profissionais no Brasil?

Essas são algumas das reflexões que permeiam a entrevista concedida ao IBI por Jaqueline Zubelli, da Impermeabilizações Bleza. Ela faz parte da Câmara de Projetistas e em sua visão, a redução de custos sem considerar as exigências técnicas, a falta de estímulo para novos trabalhadores e a pouca utilização de processos mecanizados são alguns dos desafios que impactam diretamente os negócios do setor. Por outro lado, ela reforça a importância do acompanhamento em campo, da valorização dos profissionais e da escolha criteriosa de materiais como pilares para garantir eficiência e qualidade na impermeabilização.

Confira abaixo a entrevista completa e conheça em detalhes a perspectiva de quem vive a prática da construção civil e da impermeabilização no dia a dia.

IBI: Como você enxerga as principais tendências e desafios do mercado da construção civil atualmente e como eles impactam o seu negócio?
Jaqueline Zubelli: Na verdade, enxergo várias tendências no mercado: um maior requinte em design, otimização de processos e principalmente redução de custos . Dentro destas aspirações, enxergo como grande desafio o objetivo de reduzir custos sem prejudicar os requisitos da boa técnica, com escolha de materiais e processos construtivos sem detrimento da qualidade e durabilidade da estrutura. Também é importante conscientizar os arquitetos que alguns pontos de design não são tecnicamente exequíveis ou que serão alvos de patologias a curto/médio prazo. 

Outro desafio importante é conseguir criar estímulo para formar mão de obra de profissionais trabalhadores da construção civil. O segmento sempre constituiu uma veia importante de geração de empregos e formador de mão de obra. Por exemplo: o servente era promovido a profissional e mais tarde com evolução de carreira chegaria até encarregado ou mestre de obras. Hoje, a geração mais jovem desmerece o trabalho em canteiros de obra e procura oportunidade em outras atividades com aplicativos de entrega ou transporte. Na contrapartida da falta de operários com estímulo para evoluir, os planejamentos de obra ainda são elaborados contando com o argumento que a mão de obra é mais barata, eliminando-se de processos mecanizados para reduzir custos.  

O grande impacto que acontece no meu negócio é a demanda de redução de preços sem atenção às questões técnicas que influenciam na escolha de materiais e processos. Outro problema sério é conscientizar as obras que em pleno século XXI não faz sentido ficar transportando material nas costas por escada quando há disponibilidade de equipamentos mecânicos para tal.

IBI: Como sua empresa trabalha para garantir qualidade e eficiência de impermeabilização na sua área de atuação?
Jaqueline Zubelli: O primeiro ponto importante para a garantia da qualidade é a certificação da procedência dos produtos utilizados. Obviamente, devem ser analisadas sempre as condições de atendimento às normas técnicas vigentes com ensaios e etc.

Quanto à eficiência, este é um árduo e frequente trabalho com acompanhamento dos profissionais em campo, entendendo as dificuldades que são enfrentadas pelos trabalhadores. Desta forma, é possível otimizar a mão de obra com um melhor desempenho.  Esse acompanhamento também orienta a necessidade de reciclagem e a valorização do profissional dos envolvidos no processo.

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Alexandra

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