Por Orlando Cunha – Diretor técnico – Deon Impermeabilizações
Com o adensamento urbano acontecendo de maneira acelerada, sobram cada vez menos espaços para as áreas verdes. Uma ótima solução é a utilização de lajes com jardim ou coberturas verdes como são popularmente chamadas. Esta técnica é bastante utilizada nas grandes metrópoles, mas já alcançou, também, boa parte das cidades brasileiras. Algumas das vantagens da sua utilização deste sistema são:
1 – Possui dimensionamento versátil;
2 – Melhora a qualidade do ar;
3 – Diminui as ilhas de calor;
4 – Aumenta o desempenho térmico no verão e no inverno;
5 – Melhora o desempenho acústico;
5 – Retenção de água da chuva que pode ser aproveitada;
6 – Manutenção facilitada do sistema;
7 – Design único como um diferencial de sustentabilidade para o empreendimento;
8 – Promove o aumento da vida útil da impermeabilização e, consequentemente, da área em si.
9 – Promove qualidade de vida, sensação de bem-estar e reconexão com a natureza entre outros benefícios.
Porém é necessário atenção a sua implantação devendo ser prevista em fase de projeto. Para isso a contratação de um projetista capacitado é de suma importância para que todas as possíveis incompatibilidades sejam superadas nesse momento. Este profissional também possui a expertise necessária para identificar todas as possíveis situações que já envolvem uma uma laje tradicional exposta, levando em consideração ainda o ataque das raízes ao sistema.
A Deon possui um sistema diferenciado de execução para essas áreas, que foi desenvolvido através da vivência de acertos e erros no canteiro de obras. Para obtenção de resultados eficientes é atenção a alguns pontos:
1 – Dimensionamento da regularização;
2 – Dimensionamento da impermeabilização, que deve ser normatizada e deve conter aditivos herbicidas que inibem o ataque das raízes, ou seja, não é uma impermeabilização comum;
3 – Dimensionamentos sobre a proteção mecânica, que possui parâmetros específicos;
4 – Prever um sistema de drenagem diferenciado em projeto específico;
5 – Direcionamento sobre espessura do solo e da escolha da vegetação, nessas áreas deve-se evitar a utilização de raízes pivotantes, ou seja, muito agressivas.
Aliado a estes fatores a contratação de mão de obra especializada para execução são fatores determinantes para obtenção de êxito.
O maior jardim suspenso executado por nós encontra-se na Praia Brava em Itajaí/SC – com aproximadamente de 35mil m² executado sobre garagem que acomoda 1300 carros. Na época, (2012 – anterior a elaboração da Norma de Desempenho 15.575:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho) foi elaborado um estudo técnico de aproximadamente dois anos em conjunto com o departamento de engenharia da construtora.
O tempo do estudo se deu em função do difícil acesso para manutenção do sistema impermeabilizante devido a espessura da camada de terra de 1,20m exigida pelo projeto de paisagismo, somada ao receio da construtora sobre a vida útil e manutenções.
Devido a este fato, o sistema foi projetado para uma durabilidade de 30 anos. O sistema final aprovado foi manta asfáltica tipo III A 4mm com aditivo anti raiz em dupla camada aderido com asfalto policondensado derretido em aquecedor elétrico de asfalto.
O projeto de paisagismo contempla além de uma variedade de plantas, palmeiras com 12m de altura que foram colocadas com auxílio de Munck no local. Essa técnica pode ser considerada inicialmente mais cara devido o custo de implantação, porém as vantagens citadas anteriormente apresentam-se durante o ciclo de vida do edifício, que quando comparadas a sistemas comuns são muito superiores. Estes jardins podem ser aplicados a residências unifamiliares, edifícios multifamiliares, indústrias e ambientes corporativos levando vida e ‘descompressão’ a essas áreas.