Por Guilherme Santana Ganças – CTI Impermeabilizações
Os reservatórios são elementos construtivos essenciais para a funcionalidade da edificação, bem como são responsáveis pelo armazenamento de água e pela garantia da potabilidade da água armazenada.
Os reservatórios estão inseridos em locais que possuem microambientes e macroambientes distintos, como por exemplo, recebimento de intempéries parcialmente na estrutura, condensação interna, redução de temperatura, nível de água interna, variação térmica externa sazonal, ataque por íons cloretos, anomalias funcionais nos sistemas de impermeabilizações, entre outros, cenários que podem contribuir para a degradação dos elementos construtivos.
A inspeção do sistema de impermeabilização por parte das gestões condominiais e revitalização do sistema quando necessário, torna-se ação fundamental para mitigar problemas nos elementos estruturais dos reservatórios. Quando constatado que o sistema de impermeabilização do reservatório que apresenta vazamentos é um sistema asfáltico, para revitalizá-lo, se faz necessário a retirada de todo o sistema de impermeabilização para aplicação de um novo. A impermeabilização com manta asfáltica possui diversas interferências e regulamentações para aplicação em espaço confinado, pois afeta a saúde e segurança dos aplicadores, sendo o mais utilizado o sistema com impermeabilizantes cimentícios.
Os impermeabilizantes com sistemas cimentícios necessitam de um substrato limpo, coeso, sem impregnantes e emulsões para a devida aderência, mas quando se retira o sistema asfáltico com problemas, nas paredes e no piso permanecem diversos fragmentos de massa asfáltica e emulsão asfáltica impregnados, para se evitar a retirada mecânica destes materiais. Foram avaliados a aderência proporcionadas pelos aditivos utilizados na “camada de mordente”, utilizada de forma empírica no mercado.
A ABNT NBR 15.885 e ABNT NBR 11.905 estabelecem que a argamassa polimérica e a membrana de polímero acrílico com cimento necessitam de uma resistência mínima de 0,5 MPa de resistência de tração na aderência sobre o substrato, sendo assim foram simulados sobre um substrato padrão coberto por massa asfáltica, com posterior aplicação da ponte de aderência (“camada de mordente”) com um agente compatibilizante e por fim o sistema de impermeabilização executado.
A figura abaixo demonstra o sistema testado, com o objetivo de determinar a resistência da aderência aferida pelo manômetro.
A ponte de aderência que foi aplicada é composta por areia média, cimento CPIII e agentes compatibilizantes, sendo: Membrana Epoxídica, copolímero Vinílico, Aditivo SBR (Estireno Butadieno) e o Aditivo Acrílico, com proporções volumétricas em 25% e 50% em relação ao volume do cimento.
Gráfico – resistência de tração na aderência do sistema impermeabilizante sobre pontes de aderência
A referência (REF) utilizada foi o sistema de impermeabilização cimentício aplicado diretamente sobre o substrato com massa asfáltica, obtendo resultado médio atendendo a norma técnica, mas com variações de resultados, analisado pelo coeficiente de variação, fora de norma.
Os resultados demonstrados no gráfico acima pode destacar que a concentração de 50% do aditivo Copolímero Vinílico, Aditivo SBR (Estireno Butadieno) e o Aditivo Acrílico apresentaram resultados médios e as variações de resultados, constatada pela barra de erro, acima da resistência mínima prevista em norma.
Os resultados acima não analisaram o sistema após a imersão, mas já demonstra que a ponte de aderência proporciona a estabilidade para o sistema de impermeabilização cimentício sobre um substrato com fragmentos de massa asfáltica bem aderida, evitando a utilização de equipamentos mecânicos para o desbaste em ambientes confinados.
